"Espaço, linhas, luz e som" são os componentes essenciais da experiência arquitetônica, e os edifícios mais notáveis têm assimilado esses elementos través de projetos meticulosamente orquestrados. Recentemente, arquitetos que têm feito uso destes elementos primários em projetos de igrejas vêm recebendo críticas do Vaticano por divergirem das formas e iconografias tradicionais da Igreja. De acordo com um artigo recente no The Telegraph, o projeto de Massimiliano e Doriana Fuksas para uma igreja em Foligno, Italia foi classificado como problemático pelo clero e pelo Cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho para Cultura dos Pontífices do Vaticano, pela sua semelhança à um museu ao invés de um lugar de culto - baseado nos valores católicos tradicionais localizados no altar e nas imagens santas. Independentemente do criticismo do Vaticano em relação a abordagem estética dos arquitetos que rompem com a tradição, isso parece mais um problema de falta de comunicação entre os arquitetos e as congregações que encomendaram os projetos que se tornaram alvos de críticas.
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Em prol da estética, considere a Notre Dame du Ronchamp de Le Corbusier, uma modesta igreja católica construída nos anos 1950 na França. O caráter primário desta igreja está ligado a um espaço puro, detalhado pela luz, através da cuidadosa localização dos sólidos e vazios. Seu caráter essencial, ditado por uma estética redutiva que se afastou dos detalhes extravagantes e dos ornamentos religiosos tradicionais, é de puro espaço meditativo. A estética modernista permitiu a abordagem de Corbusier na arquitetura religiosa e parece que arquitetos contemporâneos seguiram esses passos, quebrando a tradição para proporcionar uma experiência religiosa baseada na meditação e contemplação independente de credo.
Locais de adoração podem assumir muitas formas. Essencialmente, são espaços que permitem a contemplação, reflexão e meditação. As tradições inerentes de cada religião ditaram a arquitetura durante séculos. Mas como destaca Tom Kington no artigo publicado no The Telegraph , "os últimos arquitetos a trabalhar tão próximos à igreja datam do século XVII, na era do estilo barroco". O trabalho que estamos vendo aborda a religião de modo universal. Os edifícios são manifestações dos valores comuns a uma ampla gama de crenças religiosas, mas também podem ser aceitos pelas pessoas não religiosas. A iconografia é freqüentemente mantida, mas é menos enfática em relação ao altar de uma igreja católica tradicional, por exemplo.
Veja abaixo algumas igrejas modernas publicadas no ArchDaily que buscaram criar espaços de meditação e contemplação religiosa, mas que foram criticadas por se parecerem mais com museus do que locais de culto.
Notre Dame du Ronchamp / Le Corbusier; 1954
Capela da Santa Cruz / Richard Hein; 1956
Igreja da Luz / Tadao Ando; 1988 e 1999
Igreja dos 2000 / Richard Meier & Partners Architects; 2003
Igreja de Seed / O Studio Architects; 2011
Catedral da Auurora Boreal / SHL Architects + LINK arkitektur; 2013
Mais fotos de igrejas modernas da metade do século por Fabrice Fouillet aqui.